O que eu quero compartilhar?
Numa sociedade que gosta de mostrar somente as coisas boas da vida, os momentos felizes, as conquistas, falar sobre medos pode soar um pouco estranho. Geralmente fala-se mais sobre coragem: “tal pessoa é muito corajosa!”. Mas o que define uma pessoa corajosa ou medrosa no mundo em que vivemos?
Cresci com pavor de cachorro. De todos os bichos, na verdade, mas na hora de nomear isso, é o coitado do cachorro que leva a fama.
É um medo — como qualquer outro — bem incômodo: você vai na casa de amigos e pedem pra eles — por favor — prenderem o cachorro (ninguém gosta disso); você sai na rua e fica rezando pra não dar de cara um cachorro solto.
Com o passar dos anos, fui aprendendo a lidar com esse sentimento. Aprendendo a controlar essa coisa irracional. Hoje consigo até conviver com cachorros pequenos. E algumas pessoas talvez nem desconfiem do que acontece aqui dentro quando passo por um cachorro na rua.
Medos são sobre isso: irracionalidade. É algo que até podemos saber que não faz sentido, mas que continua sendo mais forte que nós.
Andei pensando sobre tudo isso enquanto lia O mistério da casa incendiada. Algumas pessoas podem parecer mais corajosas que outras — entrando sem medo algum em casa mal assombradas, por exemplo —, porém nunca sabemos exatamente quais são os medos que cada um esconde e, mais que isso, quais são os fantasmas que assombram aqueles que nos cercam.
Também pensei muito sobre medos nos últimos tempos porque resolvi participar do concurso cultural de microcontos realizado pela Editora Naci para a promoção de O mistério da casa incendiada.
Em mil caracteres (eu disse que era micro!), tínhamos de contar uma história assustadora e baseada em fatos reais. Um desafio e tanto, principalmente, como eu disse ali no começo, numa sociedade que preza a força, as coisas boas. Como expor um medo em tão poucas palavras? Que medo expor e de que maneira?
Contudo, aceitei o desafio e, pela primeira vez, compartilho publicamente o que escrevi para a ocasião. Ah, seriam 10 contos vencedores e o meu foi um deles (:
Na casa da avó, ela gostava de brincar com seu irmão e primos mais velhos. No imenso quintal — apelidado por ela de mini floresta — a brincadeira principal era o esconde-esconde. Mas só durante o dia.
Numa noite, a desafiaram para um esconde-esconde noturno. Para assustá-la ainda mais, ficaram falando para que tomasse cuidado com “o vulto”. Era para ser apenas zombaria, mas só ela sabe o que viu naquela noite. A primeira e última que brincou de esconde-esconde longe da segurança da luz do sol.
O que achou? Não deixe de vir me contar (aceito opiniões bem sinceras!)
O que ando lendo?
Por falar em leituras e textos, durante o mês de agosto li poucos livros. Apesar de ser um mês longo, foi também um mês bem corrido. De qualquer forma, os livros terminados foram Quem rabiscou aqui? (Cínthia Zagatto) e a antologia Resilientes (vários autores). Além disso, estou lendo o terceiro volume da tetralogia napolitana, Storia di chi fugge e di chi resta (Elena Ferrante) e revisando um projeto muito bacana (que um dia — em breve — espero comentar mais por aqui)!
De newsletters, gostaria de indicar esta certeira edição da
, que li ontem.E, fazendo um link com a última edição desta news, recomendo a leitura desse texto aqui, publicado na
.* Lembrando que todos os links da Amazon que você encontra por aqui e pelo Blog são comissionados, ou seja, eu recebo uma pequena parte do valor da venda e posso usar esse dinheiro para investir nas coisas que escrevo. Você não paga nada a mais por isso, ok?
O que andei postando?
Apesar da correria, agosto foi mês de vários conteúdos novos. Somente no final do mês dei uma diminuída no ritmo, porque sem leituras, não tenho livros para resenhar. E quase que o WordPress me obrigou a fazer um hiato ainda maior, já que estava dando erro na página de criação de posts. Mas tudo resolvido, eis aqui os conteúdos de agosto:
Açaí — Djavan: um post analisando essa música que sempre rende olhares confusos para a sua letra.
As luzes em mim — Roberto Azevedo: uma leitura despretensiosa que me surpreendeu bastante.
Citações #72 — Dolls: alguns trechos desta obra também surpreendente, que li no primeiro semestre.
O mistério da casa incendiada — Rafael Weschenfelder: resenha do lançamento mais aguardado (por mim) do segundo semestre. Será que valeu a pena a espera.
Quais são os benefícios da leitura?: um post que deveria ter sido escrito há muito tempo (mas antes tarde do que nunca!).
Quem rabiscou aqui — Cínthia Zagatto: leitura leve e rápida de se fazer, vale a pena conhecer.
Citações #73 — Os olhos claros do pássaro: talvez um dos meus maiores posts de quotes, simplesmente porque esse livro é incrível demais e você precisa conhecê-lo.
O que tem para fazer por aí?
Setembro já chegou chegando! Tá rolando Bienal do Livro no Rio de Janeiro e semana que vem tem feriado, ou seja, muita coisa boa para fazer por aí.
O meu convite, porém, vai para a galera da cidade de São Paulo que estará à toa dia 08/09: tem show da Mrs. Bloom no Porta Maldita. O ingresso antecipado custa R$30 e lá na hora estará por R$35. Quem vem?
Mas voltando ao universo literário, dia 14/09 vai ser lançado o novo thriller da autora Renata de Luca: A vingança é verde esmeralda. Já segue a autora nas redes sociais para não esquecer, pois somente das 09h30 às 11h30, no dia do lançamento, o ebook custará apenas R$2,00!
Sinopse da obra:
“Eu morri! Por isso, vocês estão assistindo a este vídeo. E não tenho dúvida, embora não possa provar, de que fui assassinada pelo meu marido.”
A mulher que acusa o marido de homicídio é a Princesa Nabilah, jovem esposa do bilionário Sheik Raed. Vítima de estupro conjugal e de maus tratos, ela desaparece levando uma esmeralda rara, roubada, que o Sheik havia comprado de um receptador. O vídeo com as denúncias viraliza nas redes sociais, mas será que apenas o sumiço da esposa comprova o crime do marido? Começa então a busca por Nabilah — viva ou morta — e pela joia especial. Uma história de suspense que tem como pano de fundo a violência contra a mulher.
A trama viaja pelo Oriente Médio, Brasil e Europa e mobiliza dois grupos antagônicos. O Sheik, com o apoio do fiel escudeiro Khalil e de bilhões de dólares, insiste que as denúncias da esposa são falsas. Já o detetive Michel Blum trabalha no sentido contrário. E encabeça um time formado por Jamile, tia da Princesa; Danilo Feitosa, jornalista; Jean-Louis empresário-golpista e Simone, influencer com milhões de seguidores. Cada grupo procura impactar a opinião pública com as suas descobertas e com a própria versão dos fatos. Por isso, o papel das redes sociais e da mídia na construção de narrativas é outro tema bastante presente no texto.
A Vingança é Verde Esmeralda é um thriller com muitos mistérios que remetem a outra obra de Renata De Luca. A joia que Nabilah levou consigo é a Estrela do Cerrado, “esmeralda protagonista” do livro de mesmo nome. Assim, alguns personagens do romance anterior se reencontram nessa nova investigação. Porém, seis anos separam uma história da outra e não só os personagens evoluíram como também o mundo está prestes a viver o inesperado: o enredo se passa em 2020, bem no início da pandemia de Covid-19. Um complicador a mais na saga da Princesa árabe vítima de um marido misógino.
E calma, ainda tem mais dois anúncios literários importantes por aqui: saíram as datas da FLIPOP! O evento ocorrerá nos dias 28 e 29 de outubro e, por enquanto, essas são as informações que temos!
Também foi anunciado o Prêmio Amazon de Literatura Jovem com prêmio em dinheiro (R$35.000) e publicação pela Harper Collins. Quer saber mais? Vem ler o edital aqui. As inscrições vão de 11 de setembro a 31 de dezembro. Dá tempo de participar, hein!
Bora fechar com uma música?
Já que mencionei o show da Mrs. Bloom, nada mais justo que colocar aqui a música mais recente da banda, para você conhecer e se apaixonar, não é mesmo? Aproveite e já garanta seu ingresso pra gente se encontrar por lá e aproveitar muito!
obrigada pela indicação <3 adorei seu texto!