O que eu quero compartilhar?
Dia desses a Brenda (agora toda news eu menciono o nome dela, né?) escreveu sobre ler livros em outras línguas.
Se não me engano (perdoe se eu estiver errada), ela perguntou no Instagram algumas dicas para avançar na leitura de livros em línguas estrangeiras, aventura na qual ela mergulhou por estar morando em outro país e tendo, portanto, de aprender o idioma local.
Claro que eu já escrevi sobre o tema no Blog, mas o que me fez trazer este assunto para cá foi que, pouco tempo depois dessa pergunta, olhei com mais atenção para meu mousepad improvisado e senti um gostoso mix de sentimentos.
Explico: o meu "mousepad" é, na realidade, um caderninho que comprei no curso de inglês que eu fazia anos atrás. Nas primeiras páginas dele, um pouco dos meus estudos de inglês. Nas páginas finais, um pouco dos meus estudos de italiano. E é aqui que entram essas sensações tão gostosas.
O caderno fica aberto justamente nessas últimas páginas (porque a capa dele não é boa para se usar como mousepad) e num dia em que a concentração provavelmente não estava lá essas coisas, bati o olho nas palavras escritas ali. Palavras em italiano, que hoje são bem banais para mim, mas que, na época em que foram anotadas ali, eram totalmente novas e estranhas.
Lá em 2012, às vésperas de viajar para a Itália pela primeira vez, mergulhei na leitura de uma série infanto juvenil maravilhosa, que me fez retomar o contato com essa língua que tanto amo. Após anos e anos sem nada de contato com ela, porém, o italiano mais parecia grego. E eu anotava nesse caderninho as palavras que não conhecia, para procurar seu significado.
No auge dos meus 17 anos, numa época em que eu tinha muito menos acesso à internet e as ferramentas online de tradução ainda eram bem precárias, muita coisa continuei não entendendo.
Mas hoje eu olho aquelas palavras e penso no quanto progredi. Palavras que hoje são tão fáceis para mim, à época eram realmente estrangeiras. E essa é a beleza do aprendizado: o caminho que percorremos (e que não termina nunca, vale lembrar).
O caderno que por meses esteve ali, sendo meu fiel mousepad companheiro, agora recebe alguns olhares carinhosos ao longo da semana, olhares de agradecimento pela lembrança que ele me proporciona: a lembrança de que se antes eu não conseguia ler um mísero parágrafo sem me demorar um bom tempo, tropeçando em cada palavra e em cada vírgula, hoje eu leio livros inteiros em italiano como se fossem em português.
Você já tentou ler em outras línguas? Como foi (ou como é) a experiência para você? Não deixe de me contar!
O que ando lendo?
Leitura? Parece que esqueci o que é isso em novembro. Claro, não posso ser injusta comigo: em meio à correria de final de ano escolar, e uma revisão que eu não poderia não pegar, é quase uma vitória o fato de ter concluído a leitura de um livro (ainda que minúsculo): Como se fosse a casa (Ana Martins Marques e Eduardo Jorge).
Mas também li algumas páginas de Storia della bambina perduta (Elena Ferrante) e Enemies with benefits (Roxie Noir) [que alegria poder compartilhar justo nesta news que finalmente criei vergonha na cara e comecei a ler em inglês também].
Espero conseguir ler um pouco mais agora em dezembro!
* Lembrando que todos os links da Amazon que você encontra por aqui e pelo Blog são comissionados, ou seja, eu recebo uma pequena parte do valor da venda e posso usar esse dinheiro para investir nas coisas que escrevo. Você não paga nada a mais por isso, ok?
O que andei postando?
O blog pelo menos não sofreu tanto em novembro, tendo sido alimentado com um pouco mais de atenção. E já adianto: tem novidade vindo aí (não se empolgue muito porque não é nada demais).
Mas antes, vamos deixar a leitura dos posts em dia? Em novembro, publiquei os seguintes textos:
Querido Ex, — Juan Jullian: resenha deste livro com uma proposta interessante e que vai te deixar de boca aberta ao final.
Citações #75 — Romance Concreto: mais alguns trechos dessa obra gostosinha de ler.
Tarsila — Mary del Priore: para conhecer um pouco melhor essa pintora tão importante e sua época.
Italo Calvino completaria 100 anos em 15 de outubro de 2023 [tradução 34]: 2023 não poderia acabar sem um textinho no blog sobre o autor italiano do ano!
Troféu — Leblon Carter: demorou mas veio aí mais uma resenha do queridíssimo Leblon Carter. Leitura levinha e rápida.
Citações #76 — O caminho que me leva até você: claro que esse livro teria mais uma oportunidade para te deixar com vontade de conhecê-lo melhor.
O que tem para fazer por aí?
Sei que costumo trazer aqui eventos e acontecimentos que ainda estão por vir, mas hoje eu não poderia deixar de comentar sobre a delícia de ter ido ontem a mais um Fórum de Editoração, evento anual, organizado pelos alunos do 2º ano do curso de Editoração da Universidade de São Paulo.
Sou apaixonada por esse evento desde a primeira vez que fui, lá em 2019. Infelizmente, nos dois anos seguintes o evento foi online, mas continuou sendo incrível na medida do possível. E ano passado retornamos para o modelo presencial, com mesas enriquecedoras, brindes e sorteios.
O tema desse ano foi As dinâmicas contemporâneas do mercado editorial. Interessante, não? E eu assisti às mesas Tradicional e Indie: quais são os propósitos dos diferentes segmentos do mercado editorial hoje? e Redes literárias: como chegar aos leitores?
Já fica de olho no Instagram do Fórum para não perder a próxima edição (que será a 20º!).
E, para não ficar apenas em eventos já passados, está em cartaz no teatro do Sesi SP o musical Bossa Nova Cabaret Bar, que já fui assistir duas vezes, porque é muito bom! Para quem curte bossa nova, está sem muita grana para rolês culturais e ainda quer dar boas risadas, essa é uma dica imperdível. Vem aqui saber mais.
Também acabei de ver que a Se liga editorial está recebendo originais até dia 15/01/2024! Serão selecionadas até duas obras LGBTQIA+ para contratos em coparticipação. Se interessou? Aqui tem todas as informações que você precisa para participar.
Bora fechar com uma música?
Confesso que estava um pouco sem ideia de que música trazer para cá, mas resolvi escolher uma da minha playlist de mais tocadas neste ano. Não é a primeira (e nem a segunda), porque essa já foi compartilhada em outras edições. E porque a escolhida de hoje é muito bonita e realmente foi ouvida várias e várias vezes esse ano.
Que demais, Tati, ler isso me dá uma esperança boa pelo dia que o italiano não será tão desafiador pra mim e eu vou conseguir olhar pra trás e pensar: caramba, agora eu entendo isso tudo! ❤️ Também fiquei feliz que você tá lendo em inglês!