O que eu quero compartilhar?
Outubro acabou de acabar e eu não poderia escrever sobre outra coisa que não o dia dos professores. Tenho textos sobre isso em tudo quanto é lugar (inclusive no blog), mas desta vez queria escrever aqui.
Quando olho para trás, vejo que nunca me afastei do sistema educacional: da escola para a graduação, e então para o mestrado e, por fim, definitivamente para a sala de aula. Desde que comecei a dar aula — em 2014 — não passei um semestre sequer sem um aluno, uma turma ou um curso que fosse.
Não à toa, é difícil para mim enxergar uma vida fora daquilo que chamo de "ritmo escolar": férias em meses determinados (a famosa alta temporada), um ano dividido em semestres, momentos em que a gente sabe que as coisas ficarão corridas, com provas e trabalhos para fazer ou, atualmente, corrigir e, claro, muito aprendizado (afinal, um professor nunca deixa de aprender).
No meio disso tudo, o dia dos professores atualmente tem sempre um sabor um pouco doce-amargo: é bom receber felicitações, mensagens carinhosas, lembranças de que este é um trabalho que vale a pena. Mas também é difícil lembrar do quanto educar é nadar dia após dia contra a corrente.
Neste mês de outubro, mais uma escola sofreu com um ataque na cidade de São Paulo, deixando vítimas fatais e feridos. Um problema que não é somente de segurança, mas também de educação e respeito, como deixa claro a possível motivação para o tal ataque.
Mas também foi neste mês de outubro — no meio de um ano tão doido e corrido — que me senti um pouco mais aluna de novo, mergulhando em dois projetos que me me fizeram (e têm feito) aprender muito mais do que eu poderia esperar (e olha que eu já esperava muito!).
O primeiro deles começou um pouco antes de outubro: um grupo de conversação em inglês. Como a Brenda gosta de ressaltar, não é uma aula, mas esse grupo me tem feito resgatar um pouco daquilo que estudei por anos e que, mesmo assim, passei os últimos tempos sentindo que era como se eu nada soubesse. Como professora de idiomas, sei bem que o segredo é a prática e o contato constante, então estar nesse grupo tem me ajudado a (re)adquirir confiança e intimidade com uma língua que sempre foi bem estrangeira para mim.
O outro projeto, por sua vez, durou somente o mês de outubro, mas certamente provocou mudanças duradouras: um desafio de escrita em italiano. Um pequeno texto por dia, ao longo dos 31 do mês de outubro. No começo, a insegurança me fazia esmiuçar cada frase, caçar pelo em ovo até achar todos os erros possíveis (e eu achava que seriam muitos). Depois, fui relaxando e adquirindo mais confiança, ainda que eu saiba que muita coisa ali poderia ter sido melhor.
O hábito de escrever um pouquinho por dia, num idioma que tanto amo, me mostrou que sempre existem novas formas de me aproximar de outros idiomas. Aliás, este foi/está sendo o grande aprendizado destes projetos, que me mostra(ra)m novos caminhos não apenas como aprendiz, mas também como professora.
O que ando lendo?
Outubro não foi um mês de leituras, ainda que a fome de livro estivesse grande. Mas nesta reta final a carga de trabalho apertou bastante — aliás, estive substituindo uma professora e isso também foi uma experiência e tanto para esse mês dos professores — e tive de colocar a vida um pouco em pausa.
De qualquer forma, foi em outubro que concluí a leitura de Tarsila: uma vida doce-amarga (Mary del Priore) e Troféu (Leblon Carter) e, no momento, estou com as leituras de Storia della bambina perduta (Elena Ferrante) e Como se fosse a casa (Ana Martins Marques) em “andamento” (faz tempo que não abro de verdade um desses livros).
Com relação às newsletters, tentei me manter um pouco mais em dia e gostaria de trazer alguns textos que chamaram a minha atenção, como foi o caso da carta Mãe, eu gosto de meninas, escrita pela Maria Freitas. Aliás, recomendo a leitura das cartas dela em geral, são ótimas!
Foi nesse mês que me deparei com essa newsletter em inglês. Textos curtissimos e, por vezes, que chegam no momento certo, como esse lembrete essencial.
Também foi em outubro que concluí um projeto que me deixou bem animada nos últimos meses: a revisão dos textos que acompanham algumas das aulas do Guias para monetizar seu projeto, do Tiago, que escreve uma das minhas newsletters favoritas: a Tira do Papel. E nessa aqui, além do pum, que é sempre ótimo, ele traz algumas outras reflexões bem interessantes para a nossa vida. Gostei sobretudo da questão da palavra “ansioso”, reflexão que se estende nessa newsletter da Barbara Bom Angelo.
Mas o que dizer do timing dessa newsletter aqui (em italiano), falando que a vida simplesmente acontece e que, por vezes, não conseguimos escrever porque estamos, sei lá, meio assim…
Ah, e por falar em timing, mais um textinho dessa newsletter aqui (em inglês) que gostaria de destacar, para mencionar a temática “escola” mais uma vez (e fechar minhas menções do mês).
* Lembrando que todos os links da Amazon que você encontra por aqui e pelo Blog são comissionados, ou seja, eu recebo uma pequena parte do valor da venda e posso usar esse dinheiro para investir nas coisas que escrevo. Você não paga nada a mais por isso, ok?
O que andei postando?
A pausa que dei na vida no final de outubro acabou incluindo o Blog (óbvio). Mas se você perdeu algum post ao longo do mês, aqui vai o (pouco) que rolou:
Coleção portfolio SBS — vários autores: de maneira nada planejada, abri o mês de outubro com essa postagem sobre uma coleção de livros para professores de idiomas. Se você ainda não conhece, vale a pena dar uma olhada nas minhas considerações.
Citações #74 — Carrie Soto: esse livro que ainda pretendo falar mais por aqui, finalmente ganhou seu post de quotes lá no blog.
Storia di chi fugge e di chi resta — Elena Ferrante: mais uma gigante resenha dessa série que fica melhor a cada livro! Não quero que ela acabe…
Sangrando — Gonzaguinha: o último post que consegui escrever em outubro foi sobre essa belíssima música.
O que tem para fazer por aí?
Chega novembro, chega o final de ano e, sem dúvidas, a quantidade de eventos só aumenta. Principalmente aqueles encontros que adiamos o ano inteiro. Mas confesso que na correria dos últimos tempos, me desliguei um pouco de informações sobre eventos literários e editais abertos, mas com certeza tem muita coisa boa rolando por aí.
O que posso dizer é que no último final de semana dei uma passada super rápida na Flipop, que desta vez aconteceu no Sesc Pinheiros e foi gratuita. Pena que estava numa semana muito corrida e as informações também acabaram sendo divulgadas na última hora. Eu teria adorado curtir um pouco mais do Sesc e num evento literário tão querido quanto esse.
No próximo domingo tem Pegue livros na Casa das Rosas! A partir das 13 horas. E dia 11/11, às 11 horas, no Sebinho Mirandópolis (Rua das Camélias 571 - São Paulo) vai rolar lançamento do livro O mal das flores, da Gabriela Azevedo.
Ah, e claro que eu não poderia deixar de mencionar que de 22 a 26 de novembro vai rolar a famosa Flip, em Paraty, né? Fui lembrada desse evento com a news do Rodrigo Casarin. Quem estiver por lá, aproveite!
Para os reles mortais como eu, resta apenas alguns lançamentos bacanas na Amazon, como essa antologia inspirada em 1989, da Taylor Swift. E ouvi dizer que logo logo tem lançamento da Tayana Alvez também!
Bora fechar com uma música?
Para encerrar, escolho como música o novo single do Theo Huppes, porque ele canta de um jeito que acalma e porque esperei muito para poder ouvir pelo menos uma de suas músicas a qualquer hora.
Fiquei emocionada! <3
Oiii. Muito feliz po poder acompanhar vc por aqui tbm! Bjks